segunda-feira, 8 de julho de 2013

A Diáspora Africana


PARA AS TURMAS DO 1º ANO 

Pesquise e escreva no caderno:
  • sobre a Diáspora Africana
  • as principais rotas do tráfico de escravos africanos
  • o total de escravos vindos para o Brasil  (Faça um gráfico).
  • A situação atual dos Afrodescendentes nas Américas do Sul,
  •  do Norte e Central. 

valor do trabalho: 3,0 pontos, ilustre com mapas e gráfico que 
você pode imprimir.Data da entrega: 18/07/2013

Além desses textos abaixo, você deve pesquisar outros sites, 
não esqueça da referencia.

A Diáspora Negra



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Muitas terras africanas foram divididas e os povos escravizados - consequentemente, uma série de situações adversas assolou a África e os africanos. A escravidão foi uma forte fonte de renda para os europeus, a qual desestabilizou todo o modo de vida africano e distribuiu as etnias pelo mundo. Podemos encontrar afrodescendentes (que segundo o Dicionário Escolar Afro-brasileiro é um termo modernamente usado no Brasil para designar o indivíduo descendente de africanos, em qualquer grau de mestiçagem) na América do Norte, América Central, América do Sul, Ilhas Caribenhas, Oceania e por quase toda a Europa.

Clique para saber mais sobre a cultura e as tecnologias dos povos africanos 

Povos Africanos Na Época Moderna:

Os ibéricos, principalmente os portugueses, iniciaram a conquista da África que, dos séculos XV a XVIII, foi periférica. Em 1415 os lusos tomavam Ceuta. Logo uma série de pontos no litoral norte africano caíram em mãos europeias. Nessa ocupação restrita, a expansão da fé cristã representou importante papel. Contra essa intervenção, santos locais ou marabus insuflaram a guerra santa. Independência e luta contra o infiel caracterizaram os movimentos berberes. A reação nativa estava presa também à decadência do tráfico caravaneiro no Saara em demanda do Maghreb, pois os portugueses e depois holandeses, ingleses e franceses desviaram para o litoral atlântico o comércio de ouro e escravos. No começo do século XVI, os turcos otomanos, que destruíram o império bizantino e irromperam na Berberia, ocupam postos estratégicos no litoral, dedicando-se ao corso do comércio cristão no Mediterrâneo. Internamente os conflitos turco-arabe-berberes delinearam as atuais Tunísia, Argélia e Marrocos. Os turcos deram ao norte da África uma organização baseada nos chefes locais, prestando tributo a Constantinopla. Aos poucos, o domínio do sultão tornou-se nominal, deixando aos governadores militares a iniciativa na administração e conquista.
Diáspora africana, também chamada de Diáspora Negra, é o nome que se dá ao fenômeno sociocultural e histórico que ocorreu em países além África devido à imigração forçada, por fins escravagistas mercantis que perduraram da ao final do século XIX, de africanos (em especial africanos de pele escura chamados Idade Moderna pela cultura ocidental de negros ou afrodescendentes).

A Inserção Do escravismo No Sistema Econômico Mundial:

Com a interferência europeia, as praticas de escravidão mudaram completamente na África. Alguns grupos se especializaram em fazer guerra com o objetivo único de capturar prisioneiros e vende-los.
Segundo o historiador Charles Boxer, o grosso dos africanos escravizados obtidos pelos  portugueses na África ocidental foi de inicio comprado na costa da Guiné e quase todos pertenciam à etnia sudanesa ocidental. Guiné era o termo usado para denominar uma região  mais ampla que a Guiné atual e ia da embocadura do Rio Senegal até o Rio Orange. O Centro do comercio deslocou-se depois em direção ao sul, para o reino banto do Congo, e posteriormente para o Reino de Angola.
A área ocupada hoje pela Guiné fez parte do território de diversos povos africanos, incluindo o império Songai, no período entre os séculos X e XV, quando a região tomou contato pela primeira vez com os comerciantes europeus.
O período colonial da Guiné se iniciou quando tropas francesas penetraram na região em meados do século XIX. A dominação francesa foi assegurada ao derrotarem as tropas de Samory Toure, guerreiro de etnia malinke, o que deu aos franceses o controle do que é hoje a Guiné, e de regiões adjacentes.
A França definiu, em fins do século XIX e início do XX, as fronteiras da atual Guiné com os territórios britânico e português que hoje formam, respectivamente, serra Leoa e Guiné-Bissau. Negociou ainda a fronteira com a Libéria. Sob domínio francês, a região passou a ser o Território da Guiné dentro da África Ocidental Francesa, administrada por um governador-geral residente em Dakar (atualmente, capital do Senegal). Tenentes-governadores administravam as colônias individuais, incluindo a Guiné.

Escravos Africanos Na America:

A partir da descoberta do continente americano pelos europeus em 1492, o continente foi submetido a uma exploração brutal de seus bens. Para extrair os recursos naturais da natureza, os ameríndios foram sacrificados em massa, a exemplo nas Antilhas, onde o extermínio foi completo. Assim, foi iniciada a escravidão na América latina, primeiros com os habitantes nativos, mais tarde, com os africanos trazidos para o Novo Mundo.
Com a introdução das Leis Novas de Carlos V, foi proibido o tratamento de índios como bichos (burros de carga), pelo menos na teoria. Como já não sobraram tantos indígenas depois das várias epidemias, começaram a importar escravos da África, já que a demanda por oferta de trabalho ainda continuava a crescer. Inclusive frei Bartolomé de las Casas recomendava a escravidão dos africanos para aliviar a dura sorte dos índios.
Em 1518, a Coroa espanhola deu a primeira licença para introduzir quatro mil homens às Índias durante oito anos. Este foi o primeiro daqueles asientos de negros, que por muito tempo foram uma sangrenta e lucrativa fonte de ingresso para os gerentes da Europa. Além do negócio oficial, o contrabando de escravos também era feito, na maioria das vezes por piratas e comerciantes não católicos.
A princípio, o comércio foi controlado pelos portugueses, os quais já haviam exportado escravos do Congo desde 1441. Os portugueses seguiram sendo os mercadores de escravos de maior destaque até o começo do século XVII, quando são superados pelos neerlandeses, franceses e ingleses.
No ano de 1713, a British South Sea Company obteve o asiento indefinido como compensação pela Guerra da Sucessão Espanhola. Em 1789, foi permitido o livre comércio de escravos para todas as nações. Em Cuba, então parte do Império Espanhol, a escravidão foi legal até 1886 e, no Brasil, foi até 1888.
Os negreiros realizaram o chamado "comércio triangular". Pegavam rum, tabaco e armas da Europa para trocar por escravos e marfim na África e depois vender os escravos com lucros na America, donde partiam com matéria-prima e minérios para Europa. Durante o trafico negreiro, cerca de metade dos escravizados morriam.
Não há cifras exatas sobre a quantidade de vitimas das atrocidades cometidas. Estudiosos afirmam que entre os séculos XVI e XIX, um total de cem milhões de pessoas foram deportadas ou morreram durante o trafico. Esta cifra refere-se ao tráfico total (ocidental e oriental), contando também os mortos das guerras de escravização. Estimativas do número de escravos que foram transportados para as Américas alcançam os quatorze milhões (13.750.000).

Os Escravos Na Economia Colonial:

A África era vista como reserva de mão de obra escrava, a serem tirados de sua nação e exportados para vários países.
 Durante os primeiros quatro séculos - do século 15 à metade do 19 - de contato dos navegantes europeus com o Continente Negro, a África foi vista apenas como uma grande reserva de mão de obra escrava, a “madeira de ébano” a ser extraída e exportada pelos comerciantes. Traficantes de quase todas as nacionalidades montaram feitorias nas costas da África.

As simples incursões piratas que visavam inicialmente atacar de surpresa do litoral e apresar o maior número possível de gente foram dando lugar a um processo mais elaborado.

Os mercadores europeus, com o crescer da procura por mão de obra escrava, motivada pela instalação de colônias agrícolas na América, associaram-se militarmente e financeiramente com sobas e régulos africanos, que viviam nas costas marítimas, dando-lhes armas, pólvora e cavalos para que afirmasse sua autoridade numa extensão a maior possível.

Os prisioneiros das guerras tribais eram encarcerados em “barracões”, em armazéns costeiros, onde ficavam a espera da chegada dos navios tumbeiros ou negreiros que os levariam como carga humana pelas rotas transatlânticas.
 Os principais pontos de abastecimento de escravos, pelos menos entre os séculos 17 e 18 eram o Senegal, Gâmbia a Costa do Ouro e a Costa dos Escravos. O delta do Negar, o Congo e Angola serão grandes exportadores nos séculos 18 e 19.
 Quantos escravos foram afinal transportados pelo Atlântico? Há muita divergência entre os historiadores, alguns chegaram a projetar 50 milhões, mas Rua Certe (in Te Atlântica cave tarde: A cenhos, 1969) estima entre 9 a 10 milhões, a metade deles da África Ocidental, sendo que o apogeu do tráfico ocorreu entre 1750 a 1820, quando os traficantes carregaram em média uns 60 mil por ano.

O tráfico foi o principal responsável pelo vazio demográfico que acometeu a África no século 19.

Pacto colonial: o pacto colonial pode ser entendido como uma relação de dependência econômica que beneficiava as metrópoles. Ao participarem do comércio como fornecedoras de produtos primários (baratos) e consumidoras dos produtos manufaturados (caros), as colônias dinamizavam as economias das metrópoles propiciando-lhes acúmulo de riquezas.
Portugal procurou criar as condições para o Brasil se enquadrar no pacto colonial. Os portugueses concentraram seus esforços para a colônia se transformar num grande produtor de açúcar de modo a abastecer a demanda do mercado internacional e beneficiar-se dos lucros de sua comercialização.
Além da crescente demanda consumidora por esse produto, havia mais dois fatores importantes que estimularam o investimento na produção açucareira. Primeiro, os portugueses possuíam experiência e tinham sido bem-sucedidos no cultivo da cana-de-açúcar em suas possessões no Atlântico: nas ilhas Madeira, Açores e Cabo Verde. Segundo, as condições do clima e do solo do nosso litoral nordestino eram propícias a esse plantio. Em 1542, o donatário da próspera capitania de Pernambuco, Duarte Coelho, já havia introduzido a cana-de-açúcar em suas terras.
Plantation: o plantio da cana-de-açúcar foi realizado em grandes propriedades rurais denominadas de latifúndio monocultor ou plantation. Essas propriedades também ficaram conhecidas como engenhos, porque, além das plantações, abrigavam as instalações apropriadas e os equipamentos necessários para o refino do açúcar: a moenda, a caldeira e a casa de purgar.
Para o processo de produção e comercialização do açúcar ser lucrativo ao empreendimento colonial, os engenhos introduziram a forma mais aviltante de exploração do trabalho humano: a escravidão. A introdução do trabalho escravo nas grandes lavouras baixava os custos da produção.
Toda a riqueza da colônia foi produzida pelo trabalho escravo, baseado na importação de negros capturados à força na África.
O contexto social da colonização e da superexploração da mão de obra pela lavoura canavieira tornava inviável contar com o trabalho dos homens livres.
Com terras abundantes, os homens livres poderiam facilmente se apropriar de uma gleba e desenvolver atividades de subsistência. Ou seja, não havia nem incentivo nem necessidade de que a população livre trabalhasse no engenho. Completando o quadro, os portugueses também exploravam o lucrativo de tráfico de escravos negros africanos. E a simples existência do tráfico já constituía um estímulo à utilização desta mão de obra nas colônias pertencentes a Portugal.

  
Vicentino,Claudio História Geral e do Brasil.S.P.:Scipione,2010

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